Guerra e Paz
A Ordem de Santiago em Portugal
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Sinopse:
No ano 1099, após uma mobilização sem precedentes, o mundo cristão Ocidental protagonizava a conquista de Jerusalém. Pouco tempo depois da primeira cruzada, em 1120, nascia a Ordem do Templo, a primeira a conjugar a vocação e as capacidades da cavalaria com as virtudes e os preceitos monásticos, uma fórmula inovadora, definida e exaltada por S. Bernardo de Claraval. A partir de então, este é o modelo adoptado pelas Ordens Militares que se criam no Oriente latino e no Ocidente, sujeitas a uma regra de vida comum e reconhecidas por Roma como o legítimo braço armado para a defesa da Igreja e da Cristandade.
Quase todas seguiam a regra cisterciense mas a Ordem de Santiago era uma das excepções, pois o ideário da sua normativa fundava-se nos princípios agostinhos. Ela configurava bem os preceitos doutrinais e militares inspirados pelo movimento de cruzada e transpostos para o contexto peninsular, então em pleno processo de expansão territorial dos seus reinos cristãos. Originária do reino de Leão, a Ordem vai alargar a sua intervenção a Castela e Aragão, recebendo amplas doações dos monarcas desses reinos.
A formação de Portugal, enquanto espaço definido por uma fronteira e liderado por um monarca, contou com o envolvimento activo de várias Ordens religioso-militares – a do Templo, a do Hospital ou de S. João de Jerusalém, a dos freires de Évora (mais tarde designada de Avis) e a de Santiago – que, ao serviço do rei e integradas nas suas hostes, eram a melhor expressão do profissionalismo militar de uma cavalaria motivada, bem treinada e bem equipada. Temida pelo adversário, era factor de confiança para os contingentes de peões, maioritários nos exércitos de então, e para uma população de cristãos e de muçulmanos (os que aceitaram permanecer sob a protecção régia portuguesa), em permanente instabilidade nos territórios de fronteira, que viam nas forças militares do reino e nos miles christi uma esperança de sobrevivência e de paz. A eficácia em campo de batalha e a imagem cruzadística da época criaram em torno das Ordens Militares uma auréola mística em que se mesclavam os princípios religiosos da cristandade Ocidental e a legitimidade de uma expansão territorial com contornos particulares na península Ibérica.
Em Portugal desde 1172, a Ordem de Santiago logrou também obter múltiplos favores régios pelo seu desempenho nas conquistas a Sul do Tejo, tornando-se talvez a mais poderosa Ordem Militar das centúrias de duzentos e trezentos em Portugal.
[Isabel Cristina Ferreira Fernandes, Comissária científica da exposição].
Índice:
9 Texto Presidente da Câmara Municipal de Palmela 11 Texto Director do Museu da Presidência da República 13 Texto Comissária Científica da Exposição 17 1. origens da ordem de santiago 19 As Ordens Militares no Mundo Medieval: Formação e Pressupostos Legitimadores de uma Guerra Santa 23 A Ordem de Santiago entre a Península Ibérica e o Oriente Latino 29 A Ordem de Santiago e as outras Ordens Peninsulares 35 2. combater em nome de deus 39 A Ordem de Santiago no Portugal Medieval 43 A Atividade Militar da Ordem de Santiago 47 Alcácer do Sal e a Ordem de Santiago 49 Mértola e a Ordem de Santiago 65 3. a religiosidade dos freires 69 A Espiritualidade dos Freires da Ordem de Santiago 73 Patrocínios, Tipologias e Atributos de Santiago Maior 97 4. gestão de bens e poderes 101 A Administração dos Bens na Ordem de Santiago 105 A Ordem de Santiago e a Expansão 109 Acção Mecenática e Produção Artística no Seio da Ordem de Santiago 123 5. os conventos de palmela 125 Os Conventos de Palmela 129 O Governo de D. Jorge, Último Mestre da Ordem de Santiago 145 6. a incorporação na coroa 147 A Ordem de Santiago, 1551-1789 151 A Ordem de Santiago desde a Reforma de D. Maria I à Actualidade 155 O Padre Marcos, Freire da Ordem de Santiago, no Liberalismo Português 179 Bibliografia
Detalhes:
Ano: 2015
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 184
Formato: 23x23
ISBN: 978-989-689-533-4
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