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Sinopse:
Num relato que se estende por um século (1900-2015), são descritos três tipos habitacionais da arquitetura popular em Portugal: a “casa do trabalhador rural” (1900-1960), ligada à agropecuária; a “casa do emigrante” (1970-2015), ligada à emigração e a mudanças profundas nos campos; e a “casa emblematizada” (1990-2015), ligada à reificação da tradição. ¶ A obra apresenta uma teia de temas que se intersetam constantemente e que refletem a relação com as casas em aspetos como os materiais e técnicas de construção, o espaço construído, a genealogia familiar, a vizinhança, a economia, a política, a hibridização o consumo, a identidade e o património. ¶ Narrativas e biografias em torno da casa incidem nos campos portugueses, com estudos de caso na Alta Estremadura e em Ourém, e estendem-se à periferia de Paris para mostrar os impactos da emigração em Portugal e em França. Estas leituras são feitas a partir de um olhar contemporâneo atento à globalização e ao transnacionalismo e que reflete continuidades e descontinuidades na arquitetura popular e nas trajetórias identitárias dos portugueses no último século.
Índice:
Agradecimentos
Prefácio I de João Leal
Prefácio II de Marta Prista
Introdução
1. Apresentação
2. Quadro teórico
3. Metodologia
4. Plano da Obra
I. Estrutura socioeconómica de Ourém entre 1900 e 2015: aspetos gerais 1. A agricultura como base da economia até meados do século XX 2. A industrialização, a emigração e o início do declínio agrícola 3. A (re)emigração e uma nova atitude perante os campos
II. Casas rurais entre 1900 e 1960 1. A arquitetura popular de Ourém na charneira da (in)visibilidade 2. Grupos sociais em espaço rural 2.1. Profissionais liberais e casas da vila 2.2. Nobreza rural e quintas agrícolas 2.3. Agricultores patrões e casas agrícolas abastadas 2.4. Trabalhadores agrícolas e casas rurais 2.4.1. Caracterização social 2.4.2. Caracterização formal e estética geral das casas de Ourém 2.4.2.1. As casas no centro-norte 2.4.2.2. As casas no sul 2.4.2.3. Diversidade e mudança nos materiais de construção 2.4.2.4. Programa funcional e arquitetónico da habitação 2.4.2.5. Estruturas de apoio à casa do trabalhador agrícola 2.4.3. Da construção à ocupação da casa de habitação 2.4.3.1. Custos e participações voluntárias na construção 2.4.3.2. Uma construção coordenada com o calendário agrícola 2.4.3.3. O casamento e a ocupação da casa 2.4.4. Apropriações da casa rural 2.4.4.1. Casa-família-terra 2.4.4.2. Produção de memória 2.4.4.3. Questões de género e a ênfase feminina na etnografia da casa 2.4.5. Mudanças e resistências em contraponto 2.4.5.1. Alterações na habitação 2.4.5.2. Resistências à mudança
III. Casas de emigrantes entre 1960 e 1990 1. Emigrantes portugueses em França entre 1960 e 1990 1.1. Integração laboral, espaço habitacional e organização doméstica 1.2. Espaços e práticas sociais de portugueses imigrantes em França 1.3. Construção de casas na aldeia portuguesa 2. Casas de emigrantes entre 1960 e 1974: tempo de preparação 2.1. Fatores de mudança 2.2. Caracterização geral das casas de emigrantes 3. Casas de emigrantes entre 1975 e 1990: tempo de projeção 3.1. Caracterização formal e estética: principais tendências 3.2. Atores nas casas de emigrantes 4. Programa arquitetónico, orgânica funcional e uso dos espaços 5. Espaços de consumo, expressões transnacionais e produtos híbridos 5.1. Transnacionalismo e consumo ou modernidade e distinção social 5.2. Produtos híbridos 5.3. Leituras comparativas de transnacionalismo 6. Representações exógenas e endógenas 6.1. Intelectuais, imprensa e políticos 6.2. Habitantes locais 6.3. Proprietários 7. Casas de emigrantes e reconfigurações identitárias em Portugal
IV. Casas de emigrantes e casas emblematizadas: 1990-2015 1. Espaços e práticas sociais de (ex-)emigrantes em França 1.1. Ex-emigrantes 1.2. Emigrantes de longa data 1.3. (Re)emigrantes recentes 1.4. Lusodescendentes ou luso-franceses 2. Casas de emigrantes em Ourém entre 2000 e 2015 2.1. Construir casa na aldeia natal: desaceleração e mudança 2.2. (Re)aportuguesamento na casa emigrante 2.3. Atores locais de mudança na casa de emigrante 2.4. O hibridismo em destaque na arquitetura 3. Casas de imigrantes oureenses em França 3.1. Contextos e tendências arquitetónicas 3.2. Casas em França: referentes de portugalidade 3.2.1. Motivações materiais 3.2.2. Motivações imateriais 4. Emblematização de antigas casas rurais 4.1. Contexto nacional 4.2. Antigas casas rurais em Ourém: novos formatos e usos 4.2.1. Quintas e casas agrícolas abastadas 4.2.2. Emblematização de casas de antigos trabalhadores agrícolas 4.2.2.1. Sujeitos e contextos 4.2.2.2. Idiossincrasias na valorização das casas 4.2.2.3. Elitização do popular
Conclusão
1. Alterações e retomas na casa pós-rural 2. Centralidade do pedreiro na biografia da casa 3. Da casa como espaço de produção à casa como espaço de consumo 4. A casa, referente de lugares disjuntivos
Bibliografia e fontes
Bibliografia
Ficção, documentários e reportagens
Manuscritos documentais
Imprensa e sítios eletrónicos
Censos, relatórios e legislação
Índice de quadros
Quadro 1 – Produção agrícola de Ourém em 1910 Quadro 2 – Variação demográfica da população residente em Ourém entre 1864 e 2011 Quadro 3 – População agrícola ativa em Portugal entre 1900 e 1994 (valor em %) Quadro 4 – População agrícola ativa em Ourém entre 1991 e 2011 (valor em %) Quadro 5 – Variação demográfica da população residente na freguesia de Espite Quadro 6 – Rendimentos médios anuais no distrito de Leiria Quadro 7 – Dimensões médias das casas de assalariados agrícolas e agricultores Quadro 8 – Casas de emigrantes erguidas no concelho de Ourém entre 1968 e 1974 Quadro 9 – Evolução da média dos custos da habitação de emigrantes em Ourém Quadro 10 – Projetos de casas em Ourém de emigrantes em França 1975-1990
AUTORA
Ana Saraiva Nasceu em França. Antropóloga, doutorada em antropologia (imagens e políticas da cultura e museologia) e mestre em museologia e património (programação museológica) pela Universidade Nova de Lisboa. Investigadora associada ao Centro em Rede de Investigação em Antropologia (cria). ¶ Tem trabalhado nas áreas das representações identitárias, do património e da museologia, privilegiando três linhas de investigação: contextos e representações de (pós-)ruralidade; cultura popular, com a arquitetura popular em destaque; emigração e transnacionalismo. Tem vários livros e artigos publicados sobre os temas. Participa regularmente em projetos de desenvolvimento local e em encontros técnicos e científicos. ¶ Chefia a divisão de ação cultural no Município de Ourém, onde programou e instalou o Museu Municipal (da Rede Portuguesa de Museus), que hoje dirige.
Detalhes:
Ano: 2017
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 308
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-647-8
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