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Sinopse:
RETRATO DO NEOFASCISTA AMANTE DO NÃO PENSAR – Quem não ama o pensar, ama o não pensar. Quem ama o não pensar, ama a morte. Quem ama o não pensar, precipita o caixão. Quem pensa não pensando, trai o mundo. Quem pensa não pensando, acorrenta a vida. Quem não pensa, contraria a vida. Quem vive ao contrário, não vê futuro. Quem mata futuro, quer impor ordem. Quem impõe ordem, arma a mente. Quem arma a mente, não cria futuro: mata o presente. Quem ama assim, odeia o mundo. Quem odeia o mundo, não sabe criar. Quem não cria, é amante do mal. ¶ Quem pensa bem, ama a vida generosa e dura. Quem ama e pensa, crê também na liberdade. Quem crê também na liberdade, sabe também que não vem hoje. Não traz aquilo que sempre faltou. Não transcende a morte (cuja noite são também sendas). A liberdade não vence o mal: reconhece nos só nos intervalos das grades. Liberta nos só à luz da razão. Para quem pensa, a vida é lei e leveza, dor e razão, raiz e dureza. Quem ama e cria, cresce ao ritmo dos céus e ventos. Quem cresce bem, perece na paz do mar mais azul. ¶ O fascista arranca mares e mundos: mata a vida sorridente e dura. Recusa aquilo que a vida traz sempre de braços abertos: abate a vida nas marés do tempo. O fascista afoga a vida que canta. ¶ O fascista sorri também quando fala: sorri generoso e duro. O seu sorriso é da espessura das facas.
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Como docente, ou melhor, como fazedor de modestas micro-utopias erguidas nas muitas salas de aula ao longo da minha vida profissional, tenho procurado privilegiar em acto e em pensamento a visualização da orla longínqua daquele mundo que nos aguarda e cujos contornos devemos imaginar e, dentro dos nossos possíveis, concretizar, também em acto e em pensamento, nas imediações do presente. Incumbe-nos viver à altura do nosso tempo de modo a respondermos cabalmente às suas numerosas e urgentes solicitações. Incumbe-nos cumprir com a cultura de que somos herdeiros e criadores. Incumbe-nos resistir à barbárie que nos sitia. ¶ ¶ (da Introdução)
Índice:
Prefácio
Primeira Parte: Dez Investidas Primeira Investida: o intervalo que é a natureza essencial do pensar, o pensar que é o intervalo de todos os intervalos, o intervalo do pensar que viaja connosco entre o berço e o luto. A leveza do pensar para seres que podem voar sentados. Um thought experiment em torno do uso humano da verdade. On thinking and knowing.
Segunda Investida: ó vizinhos neofascistas, apregoais novamente o quê? Digo-vos: o não-reconhecimento do intervalo (que somos).
Terceira Investida: contra a Escola do não-pensar
Quarta Investida: em prol da favela imaterial, da libertação e das naus do pensamento
Quinta Investida: em torno do mal e do não-pensar
Sexta Investida: em torno de Álvaro de Campos e Gregor Samsa e da ecologia linguística do ser humano
Sétima Investida: em torno do pensar, do peso e dos sismos
Oitava Investida: em torno do não-pensar, do pensar e do intervalo
Nona Investida: em torno da crueldade, do pós-biológico e da reescrita amorosa da memória
Décima Investida: não acreditem no que vos digo!
Segunda Parte: Vária Premissas Apontamento Apontamentos
Duas cartas para T.: Primeira carta (excerto) Segunda carta (excerto): em torno do bi-pronominal Apontamento
Reflexão polémica (e algo acintosa), com interlocutor Apontamento Apontamento Premissa
Apontamentos em torno do “thetic” e da linguagem poética Apontamentos
Vários Elogios Premissa
Pequena glosa sobre o texto da advogada e professora Ruth Manus intitulado “A triste geração que virou escrava”
Carta: um excerto em torno da questão dos animais e da sua possível capacidade criativa Reflexão
Apontamento em torno da construção mediática da nossa percepção do real
Epílogo: em torno do “meio” e da sua evolução
Premissas em torno da cultura, civilização e império. As metamorfoses da Torre de Babel
Algumas premissas em torno do fascismo dos nossos dias Apontamento Apontamento
Quase um haiku (bilingue) em torno do vazio neoliberal
Em torno de um poema de António Gedeão: entre a absurdidade e a responsabilidade
Carta (excerto) em torno de dois poemas de Charles Bukowski
Apontamento em torno da criatividade humana. Excursus sobre o ser
Apontamento em torno da história
Apontamentos para uma tecno-poética
Reflexão em torno da electricidade ficcionada na obra de Eça de Queirós e de Fernando Pessoa/Álvaro de Campos. Dois casos de estudo: “Civilização” (Rio de Janeiro, 1892) de Eça de Queirós e “Ode Triunfal” de Álvaro de Campos (Lisboa, primiero número de Orpheu, 1915). Apontamento Apontamento Apontamento
Apontamento contra o determinismo
Apontamento: uma breve homenagem à minha professora de teatro
Apontamento em torno da dimensão técnica da auto-criação humana
Apontamento em torno do bem e do mal
Carta (excerto)
Apontamento em torno do medo Reflexão Corolário
Reflexão: a ética, a política, a pedagogia: círculos concêntricos, campos incomensuráveis ou ainda outra coisa? Apontamento Apontamento Carta (excerto) Carta (excerto)
Carta (excerto) em torno da humana modelação do mundo Apontamento Carta (excerto) em torno da “inter-culturalidade” Canto do imigrante (que também sou) Apontamento: em torno do sujeito como ilusão e, apesar disso, como nó de resistência e memória
Reflexão: Alberto Caeiro e Johann Wolgang von Goethe Reflexão em torno das falácias lógicas e da lógica do Império
Apontamento em torno do poema e do ser
Apontamento provocador
Carta (excerto) em torno do politically correct
Reflexão em como não somos o centro de coisa nenhuma
Reflexão em torno do ritual: duas perspectivas
Apontamentos em torno do ritual como senha Apontamento
Apontamento: um caso de performatividade, ou melhor, um retrato satírico em torno de um acto perlocucionário
Apontamento: alguns sismos conceptuais actualmente detectáveis que nos situam entre o mar e a terra Perguntas Premissas
Apontamento em torno do sagrado A non-traditional poem on the beautiful and the sacred which exist within modernity. A polemic against conservatism.
Uma reflexão (propositadamente polémica) Pergunta
Reflexão: a televisão, a culinária, a retórica
Premissas: On (Still) Becoming a Teacher Apontamento Reflexão
Reflexão: William Blake, Alberto Caeiro, Álvaro de Campos and the Modern Consciousness Apontamento Apontamento Excursus em torno do cinema (um olhar que se quer displicente) Apontamento
Premissas em torno da separação de teoria e práxis Apontamentos
Premissas em torno dos acontecimentos ocorridos em Charlottesville, Virgínia, E.U.A. a 13 de Agosto de 2017
Excursus: o determinismo e o livre-arbítrio na cozinha
Reflexão em torno da pedagogia
Apontamento em torno da noosfera
Apontamentos em torno da política
Reflexão: Adão, Eva e o Jardim
Carta com premissas: uma breve análise do espírito conservador
Apontamento: Mascagni, Cavalleria Rusticana, o Sacrifício
Reflexão: uma breve homenagem ao meu professor de canto no liceu e um convite para o cinema: o ecrã como espelho, fronteira e lugar de encontro
Em torno do hate speech ou a glorificação do mesmo. A violência celebrada. O Kampf do líder dos haters que escarnece até à morte quem, segundo ele, o(s) oprima. A raiva festiva e mortífera: a irracionalidade entronizada. A humilhação do outro. As milícias do ódio: combustível do assassino. O sacerdócio do mesmo contra a abundância plural do mundo. A purificação assassina da história da humanidade pelo verter de sangue (do outro). A negação celebratória da vida, do mundo e do futuro. A verdade como vitimologia dos supremacistas brancos. A supressão das estações do humano. Apontamento Apontamentos Pergunta e conjectura Apontamento Apontamento Apontamentos
Eis duas perguntas (quanto a nós) interligadas e, a seguir, um quase aforismo
Premissas: cultura e civilização
Premissa: there is no such thing called “soft skills”
Reflexão while watching a car chase on the television screen: a sociological study of the modern freeway. Two moments of reflection.
Premissas em torno da natureza da verdade e do estado adulto
Premissas em torno da missão da universidade
Premissas: mais um pouco em torno do papel da universidade e da nossa responsabilidade. Em torno do intervalo.
On writing
Apontamento em torno da poética pessoana
Apontamento em torno do devir do real
Apontamento em torno do humanista
Apontamento em torno da religião
Apontamento em torno da diferença entre o espaço e a distância
Antes da partida
Reflexão em torno da pele como mente
Reflexão on the illusion of power
Apontamentos em torno da humanidade contemporânea e das suas escolhas
Apontamento em torno dos drones e da tecnocracia
Apontamento em torno do projecto de nos des-hipnotizarmos
Apontamento on the end of the polis, or, the corporate usurpation of the political
Apontamento on politics as pornography
Reflexão on education, or, on breaking away from hypnosis
Reflexão em torno da missão da universidade Apontamento Apontamento em torno do Bestiário contemporâneo Haiku Apontamento em torno da democracia Apontamento em torno do desejo Apontamento em torno do forasteiro/estrangeiro/imigrante Apontamento em torno da liberdade e da ideologia Apontamento em torno da faculdade de sentir Apontamento em torno do real Apontamento em torno do tempo passado Apontamento em torno do nosso caminho Apontamento em torno de duas preposições: “from” e “to” Apontamento em torno do evento pedagógico e ainda em torno dos docentes Apontamento em torno de duas palavras homónimas
Post scriptum
AUTOR:
Christopher Damien Auretta doutorou-se pela Universidade da Cali-fórnia, Santa Bárbara, EUA. Lecciona na Universidade NOVA de Lisboa onde organiza seminários em Pensamento Contemporâneo e na área de Ciência e Literatura, focando, sobretudo, exemplos da representação estética da modernidade técnico-científica. Tem publicado e/ou participado em colóquios debruçando-se sobre a obra de António Gedeão, Fernando Pessoa, Jorge de Sena, Machado de Assis, Primo Levi e Roald Hoffmann, bem como sobre questões relacionadas com a bioarte. Tem traduzido e publicado em inglês poesia de Fernando Pessoa e António Gedeão.
Detalhes:
Ano: 2018
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 354
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-728-4
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