Homossexualidade e Homoerotismo

em Fernando Pessoa




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Organização: Victor Correia

Sinopse:

“Existe na nossa civilização um preconceito e um juízo comum, de que a homossexualidade é imoral, e de que, portanto, deve ser combatida e extirpada. ¶ Proponho-me demonstrar que esse preconceito é injusto, que a homossexualidade não é imoral, e que, portanto, não há mister que se combata, ou que se promova a sua extirpação. ¶ Demonstrarei, por fim, qual a origem deste preconceito falso. ¶ (…) Demonstraremos, primeiro, que a homossexualidade não é contra a Natureza. Isto é, demonstraremos que é natural no estádio evolutivo em relação ao qual a consideramos, isto é, no estádio evolutivo presente da humanidade. Não nos referimos a estádio evolutivo social só; reportamo-nos às sociedades civilizadas em geral, e não a umas em particular, espécie esta de género. ¶ Proponho-me demonstrar que a homossexualidade não é imoral à luz de nenhum conceito que cientificamente se possa fazer da moralidade. Demonstrando isso, quedará demonstrado que, guardadas certas reservas que adiante se especificarão, a expressão literária e artística da homossexualidade também não é imoral. ¶ E o corolário natural é que nada há que moralizar, onde nada há de imoral.” ¶¶ (Fernando Pessoa, espólio da Biblioteca Nacional, 55 D – 21, 32, 3) ******************************************************* Este livro reúne os muitos textos em poesia e em prosa, nos quais Fernando Pessoa exprime sentimentos homoeróticos, ou nos quais aborda o tema da homossexualidade, de forma explícita ou implícita, que se encontram dispersos ao longo da vasta obra de Fernando Pessoa, e que foram publicados até hoje. Encontram-se reunidos neste livro por vários tipos de texto, e por diferentes temas. Este livro inclui também o tema da dualidade da identidade de género, que é exprimida em alguns dos textos de Fernando Pessoa, que este associa também por vezes à homossexualidade, e inclui ainda os textos onde Fernando Pessoa exprime o seu desdém pelas mulheres, sob o ponto de vista afetivo. Grande parte destes textos são pouco conhecidos, e muitos têm determinados pormenores que passam geralmente despercebidos, para os quais chamamos a atenção em notas de rodapé. Este livro contém também alguns textos inéditos.

Índice:

PREFÁCIO
– Os conceitos de homossexualidade e homoerotismo
– A arte e a literatura homoerótica
– Atitudes sobre a sexualidade e o amor em Fernando Pessoa
– O equívoco em relação a Ofélia Queiroz
– A atitude de Fernando Pessoa em relação à homossexualidade e ao homoerotismo
– A crítica e o desprezo de Fernando Pessoa em relação ao casamento
– A aversão de Fernando Pessoa em relação às mulheres
– O problema da identidade de género na obra de Fernando Pessoa
e a sua relação com a homossexualidade
– O caso de Mário de Sá Carneiro
– Organização da presente obra e seus critérios

ORTÓNIMO
POESIA – Separado de ti, tesouro do meu coração
– Em busca da beleza
– Ad Voluptatem
– Beber a tua alma na taça do teu corpo
– Conselhos
– Feliz só aquele
– Soneto positivo
– A uma estátua
– A vida de Arthur Rimbaud
– Para alguém que canta
– Sonhador de sonhos
– Os lagos
– O outro amor
– Livro do outro amor
– As águas geladas do Nilo
– Oração (súplica) aos novos deuses
– Amem outros a graça feminina
– O guerreiro
– O cavaleiro
– Fito-me frente a frente
– Antínoo
– Le Mignon
– O céu é uma grande turquesa a brilhar
– Ó dia pesado, que nasce assim a brilhar
– O que fizeram da tua beleza
– Meu coração é triste
– Escrevo à tua memória, amor
– O senhor alado
– Meu coração é uma princesa morta
– Da tarde morna estagna o morto voo
– Assim confuso no teu ser-não-ser
– Tudo quanto é beleza tu conténs
– A Natureza deu-te aquela cor
– Juliano em Antioquia (I)
– Juliano em Antioquia (II)
– Sei que desprezarias não somente
– Longe da turba e das espadas
– Adeus
– Encantamento
– À la manière de António Botto
– Ó curva do horizonte
– Horae Subcessivae
– Como alguém que conserva na memória
– Sim, poderia ser…
– Converso às vezes comigo
– Emerjo, vago, dum dormir profundo
– Morreu. Coitado ou coitada!
– Na rua do volta-atrás
– É um canto amargo de moço
– Mas o hóspede inconvidado
– Cai chuva do céu cinzento
– Deus te livre de estar onde estás
– Diz o jornal que ontem morreste
– Minha Vida tem sido
– Vem beber dois
– Durmo ou não?
– Ó vento, evocas montanhas
– Os dois do lugar
– Eros e Psique
– Quando se está cansado
Homossexualidade e Homoerotismo em Fernando Pessoa 7
– Briareu
– Decadência
– Sá Carneiro
– Ao luar dos mortos na paisagem gelo
– Sob o luar
– Balada do último romântico
– O penúltimo romântico

CONTOS E OUTROS TEXTOS DE FICÇÃO
– O professor William K. Jinks
– Diálogo no Jardim do Palácio
– Mensagem de mulher para mulher
– Elogio do charlatão
– Marcos Alves
– O Dr. Cerdeira
– Narrativa do Cerdeira
– O Caso do professor de Ciências
– A alma do assassino
– Diálogo com um contabilista
– Às vezes em sonhos distraídos
– Agi sempre para dentro
– O eremita da serra negra
– A perversão do longe
– Carta inorgânica do Estado independente do Bugio
– Jacob Dermot
– As cousas
– Os emigrantes

TEXTOS AUTOBIOGRÁFICOS
– Não encontro dificuldade em definir-me
– Não tenho ninguém em quem confiar
– Havia em mim uma forte atração por todas as coisas censuráveis
– Diário

TEXTOS MEDIÚNICOS
– Porque quero falar contigo
– Nenhum homem é mais tolerante do que eu
– Nenhum homem é homem se não agir por motivos ligados à sociedade
– Dá-me as tuas ordens
– Não deves ter medo
– Em 1917 entrarás na fama
– Mulheres e rapazes
– As luxúrias nunca semeiam aspirações sãs
– Um homem informará outro da tua aversão pelas mulheres

TEXTOS ASTROLÓGICOS
– Sobre o horóscopo de Óscar Wilde
– Sobre o horóscopo de Raúl Leal

CORRESPONDÊNCIA – Carta a João Gaspar Simões (carta I)
– Carta a João Gaspar Simões (carta II)
– Carta a Armando Côrtes Rodrigues (carta I)
– Carta a Armando Côrtes Rodrigues (carta II)
– Carta a Mário de Sá Carneiro
– Carta a António Botto
– Carta a Adriano del Valle
– Carta a Tomás Ribeiro Colaço
– Carta a José Pacheco
– Carta a John Lane
– Carta a Frank Palmer
– Carta à Mandrake Press

TEXTOS SOBRE ARTE E LITERATURA
– Elogio dos castos, dos pederastas, e dos masturbadores
– A arte e a sensualidade
– A genialidade
– Correntes literárias e decadentismo
– Degenerescência e literatura
– O poema Antínoo
– Prefácio para uma edição de poemas
– A imoralidade das biografias
– A verdade acerca de homens como Shaw
– William Shakespeare
– William Blake
– Percy Shelley
– Giacomo Leopardi
– Charles Dickens
– Óscar Wilde
– Vitoriano Braga

TEXTOS SOBRE AS MULHERES
– Porque é que as mulheres se detestam tanto umas às outras?
– Só o homem pode ser casto
– Coisas pensadas durante a noite de 2 para 3 de Fevereiro de 1917
– Fragmentos diversos sobre as mulheres

TEXTOS SOBRE ANTÓNIO BOTTO E RAUL LEAL
– António Botto e o ideal estético em Portugal
– Protesto pela apreensão das Canções
– Sobre um manifesto de estudantes
– Sobre a apreensão das obras de António Botto e Raul Leal
– António Botto e a estética decadente
– António Botto e o ideal estético criador
– António Botto e a forma artística do ideal estético
– Prefácio a Motivos de beleza
– Sobre a novela António (texto I)
– Sobre a novela António (texto II)
– Sobre a novela António (texto III)
– Entrevista com António Botto
– Prefácio à tradução inglesa das Canções
– Como Fernando Pessoa vê António Botto
– Tudo o que António Botto escreveu em prosa

TEXTOS E FRAGMENTOS GENÉRICOS
– O conceito de homossexualidade
– Proponho-me demonstrar que a homossexualidade não é imoral (texto I)
– Proponho-me demonstrar que a homossexualidade não é imoral (texto II)
– Proponho-me demonstrar que a homossexualidade não é imoral (texto III)
– As repugnâncias instintivas
– Requinte
– Sobre a necessidade de criar lupanares masculinos
– O ideal grego e romano
– O sátiro
– Um puro amor
– Uma alemão
– Notas
– O casamento

LISTAS DE PROJETOS
– Crónicas anormais
– Decadência
– Cancioneiro
– Episódios
– Teatro Estático
– Panfletos e Opúsculos
– Orfeu 3
– Projeto sem título (I)
– Projeto sem título (II)
– Projeto sem título (III)

POEMAS TRADUZIDOS E RECRIADOS
– Canção
– Hino a Pã

HETERÓNIMOS PRINCIPAIS
ÁLVARO DE CAMPOS
POESIA – Ode Triunfal
– Ode Marítima
– Saudação a Walt Whitman (texto I)
– Saudação a Walt Whitman (texto II)
– Saudação a Walt Whitman (texto III)
– Soneto já antigo
– A passagem das horas
– Meu amor perdido
– Lisbon revisited
– P-HÁ
– A rapariga inglesa
– Poema em linha reta
– Penso em ti no silêncio da noite
– Saí do comboio
– O ritmismo estático

PROSA
– A arte é a eliminação de um excesso de sensibilidade
– Álvaro de Campos escreve à Contemporânea
– Aviso por causa da moral (texto I)
– Aviso por causa da moral (texto II)
– Resposta a um inquérito do jornal A Informação
– Álvaro de Campos critica Ofélia Queiroz
– Não sei quem foi a mulher que teve o descaramento
– Notas para a recordação do meu Mestre Caeiro
– As figuras de amadas, que aliás não existem, como figuras
– Mas a sensibilidade do nosso Ricardo Reis é estrondosamente
reumática
– O nosso Ricardo Reis teve uma inspiração feliz

RICARDO REIS
POESIA – Neste dia em que os campos são de Apolo
– Coroai-me de rosas
– As rosas amo do jardim de Adónis
– Não pra mim, mas pra ti teço as grinaldas
– A flor que és, não a que dás, eu quero
– A flor que és, não a que dás, desejo
– Aqui, dizeis, na cova a que me abeiro
– Nem da erva humilde se o Destino esquece
– Eu nunca fui dos que a um sexo o outro
– Sem clepsidra ou relógio o tempo escorre

PROSA
– A moderna literatura é uma literatura de masturbadores
– O regresso dos deuses

BERNARDO SOARES
– Príncipes encantados
– A personagem individual e imponente
– O mesmo sexo que não existe
– Obedeça à Gramática quem não sabe pensar o que sente
– Eu nunca fiz senão sonhar
– Sou daquelas almas que as mulheres dizem que amam, e nunca reconhecem quando encontram
– A mulher que sou quando me conheço
– Irmãos na comum insciência
– Não me deram a rainha, culpando-me de a não ter
– Fui o pajem de alamedas insuficientes
– Sonhar que sou o homem e a mulher
– Credo, ideal, mulher ou profissão
– Pobres diabos sempre com fome
– A maioria dos homens vive uma vida fictícia
– O moço do escritório
– Que nenhum beijo de mulher
– Um dia (zig-zag)
– Glorificação das estéreis
– Isso não é o meu amor, é apenas a sua vida
– Não amamos, senão que fingimos amar
– Nunca deixo saber aos meus sentimentos o que lhes vou fazer sentir
– Outrora eu fui tua princesa
– Falar é ter demasiada consideração pelos outros
– Declaração de diferença
– Na Floresta do Alheamento
– Nossa Senhora do silêncio
– O homem
– A coroada de rosas

OUTROS HETERÓNIMOS
FREI MAURICE
– Porque sou tão infeliz?

JOAQUIM MOURA COSTA
– Um serralheiro chamado Fialho

VICENTE GUEDES
– Página do Diário

JEAN SEUL
– A França em 1950

ANTÓNIO MORA
– As nossas perpétuas mentiras, as nossas hipocrisias

BARÃO DE TEIVE
– Aquele tempo perdido em analisar o que nunca se chegou a passar

MARIA JOSÉ
– Carta da corcunda para o serralheiro

THOMAS CROSSE
– Sobre Álvaro de Campos

HETERÓNIMOS E PERSONAGENS NÃO IDENTIFICADOS
– Formato género “Povo de Aveiro”
– Contra a revista Orpheu
– O Catolicismo Imoral
– Conselhos artísticos, sociais, e individuais
– A Confissão de Lúcio

BIBLIOGRAFIA




ORGANIZADOR:

Victor Correia frequentou a Pontifícia Universidade de São Tomás de Aquino, em Roma (formação em Filosofia). Frequentou também o curso de piano, durante alguns anos. Concluiu a licenciatura em Filosofia, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, é pós-graduado em Formação Educacional, na mesma Faculdade, e tem o Mestrado em Estética e Filosofia da Arte, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa (formações obtidas antes do Processo de Bolonha). É doutorado em Filosofia Política e Jurídica, na Universidade da Sorbonne, em Paris. É pós-doutorado em Ética e Filosofia Política, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Tem exercido funções de docência na sua área de formação, e tem organizado e apresentado palestras em várias conferências. É membro de algumas associações científicas e culturais. Tem publicado diversos artigos em jornais, e em revistas nacionais e internacionais. Tem também alguns livros publicados.

Detalhes:

Ano: 2018
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 488
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-707-9
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