Recomendar livro a um amigo
|
Sinopse:
Desde sempre caracterizada por uma limpidez ática e solar, valorizando o prazer sensorial e o erotismo, a poesia albaniana é atravessada por uma felicidade perlocutória à qual o leitor não consegue ficar indiferente. Essencial e expressivo como poucos, o ideolecto albaniano aspira sempre a coagular numa única «pupila de um verso» a pulsão irrefreável de um corpo vivo como cintilação da beleza dessa mesma vida. Daí resulta uma poesia-bonsai alimentada por uma autêntica oficina vegetal que produz fulgurantes metáforas botânicas, quer como expressão de uma clara predilecção pelo natural (e espontâneo) em detrimento do cultural (e retórico), quer como aspiração a uma relação simbiótica entre Homem e Natureza. Autêntico hino à matéria do tempo de que somos feitos, a poesia de Albano Martins é um canto simultaneamente anacrónico e actual, denso e leve, erótico e espiritual, eufórico e elegíaco, singelo e requintado daquele que é o poeta cósmico-erótico, por excelência, de toda a poesia portuguesa contemporânea. [ANTÓNIO FOURNIER]
*******************************************************
«Podemos falar, por conseguinte, de uma poesia matérica, radicada na compreensão do vivido. Uma poesia feita não de emoções mas de experiência, que fala do nosso estar poeticamente no mundo, segundo a lição de Hölderlin. Recusando qualquer dimensão transcendental ou metafísica, os poemas de Albano Martins são um hino à materialidade, um canto do corpo, das coisas, da natureza: fontes, algas, pássaros, árvores, uma cosmogonia vital. Duas cores predominam nesta “poética do sensível”, para as quais aludem, de resto, os títulos dos livros A Margem do Azul e Escrito a Vermelho: por um lado, o azul onírico, território das aspirações humanas (...). Por outro lado, o encarnado ou vermelho-sangue, seiva vital dos homens (...). Atravessado por estas duas extremidades do espectro cromático, está o Homem, na sua dupla dimensão espiritual e animal, qual antena vegetal a ligar o Cosmos a valores universais como o amor, a ternura, a lealdade, o erotismo. Poesia, portanto, como testemunho de vida e testamento espiritual.»
Índice:
1. O sonho de uma sombra: o estado poético do espírito em Albano Martins
2. O poema fractal: Albano Martins e o entendimento da poesia
3. Quando traduzes/ o amor, tu sabes/ que é já outro o seu nome: Albano Martins e a tradução poética
4. Quebrar o gelo: Albano Martins e a tradução como antologia
5. Castália e outros poemas: beber da fonte
6. Biografia de Albano Martins
7. Bibliografia de Albano Martins
AUTOR:
António Fournier professor universitário, ensaísta, crítico literário, tradutor. Vive desde 1996 em Itália onde se especializou em Linguística textual e tradução literária na Universidade de Pisa (2000) e se doutorou em Literatura portuguesa com a tese «A bulimia do Belo: para uma cartografia literária de Itália na literatura portuguesa» na Universidade de Bari (2007). Ensina desde 2006 Língua e tradução portuguesa e brasileira na Universidade de Turim, tendo ensinado anteriormente nas universidades de Pisa (2002-2006) e de Milão (2003-2004) bem como na Escola Superior de Línguas Modernas para Tradutores e Intérpretes de Trieste (2000-2001). Foi ainda leitor de língua e cultura portuguesa pelo Instituto Camões na Universidade de Pisa (1996-2002) e assistente confirmado de Introdução aos estudos literários, Literatura portuguesa e Literaturas africanas de expressão portuguesa na Universidade da Madeira (1994-1996). É autor do livro A bulimia do Belo – para uma cartografia literária de Itália no século XX (2018). Organizou e prefaciou várias colectâneas de poesia portuguesa em Itália, nomeadamente Albano Martins, Scritto in rosso (2010), Al Berto, L’angelo muto (2011), João Rui de Sousa, Respirare attraverso l’acqua (2014) e Gastão Cruz, Musica del tempo (2016). É co-director da revista luso-italiana de estudos comparados Submarino que dedicou os dois primeiros números, respectivamente, à recepção de Pessoa em Itália e de Pavese em Portugal, estando presentemente a preparar o próximo que será dedicado a Herberto Helder.
Detalhes:
Ano: 2018
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 82
Formato: 22,5x15,5
ISBN: 978-989-689-763-5
|