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Sinopse:
Costumes e Foros de Castelo Bom, cujo original se reproduz nesta publicação, constituem como a própria tradução para português actual deixa facilmente perceber, um código de normas medievais para regulamentar a vida dos habitantes deste antigo concelho de Riba-Côa. Retoma, em começos do século XIII, muito do normativo dos designados Fueros Leoneses, em particular dos geograficamente mais próximos e tidos por modelares (com destaque para os de Ciudad Rodrigo, infelizmente desaparecidos), mas introduz algum cunho local entrosado com o fundo tradicional ou costumeiro. Poderá perguntar-se sobre o seu interesse nos nossos dias. Além do contributo de avivar identidades regionais e até nacionais, cremos que os políticos podiam e deviam colher nesta vetusta legislação exemplos de medidas que pudessem evitar o estertor económico e sociocultural das comunidades humanas do esquecido “Interior”.
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Eram escassos os recursos naturais do “alfoz”, isto é, do termo do antigo concelho de Castelo Bom? Bastará fixar o olhar hoje, porque a natureza, por ela, pouco muda, para obter resposta. E, no entanto, por entre os “barrocos” graníticos germinavam “plantas de civilização”, como os cereais, as hortaliças, a vinha ou o linho; além de vicejarem, ainda que a custo, ervagens e árvores de baga que permitiam criar cavalos (para fazer a guerra), bois (para arar as parcas terras), ovelhas, cabras e porcos (para produzirem lã, leite e carne). Enfim, os “vizinhos” da vila e os “moradores” das aldeias deste concelho leonês (depois português a partir de 1297) souberam associar às indústrias básicas da agricultura e da pecuária os proventos da guerra, das artes menores e dos serviços indispensáveis.
Índice:
APRESENTAÇÃO
INTRODUÇÃO SOB A FORMA DE ESTUDO
1. A FORMAÇÃO DO MUNICÍPIO DE CASTELO BOM 1.1. A Demarcação do Termo ou “Alfoz” 1.2. Um Concelho Pequeno mas Estratégico 1.3. A Parentela dos Fueros Leoneses
2. A RECONQUISTA CRISTÃ E O REPOVOAMENTO DA “EXTREMADURA” LEONESA 2.1. Até ao Reinado de Fernando II 2.2. Fernando II e a “Terra de Ciudad Rodrigo” 2.3. Afonso IX na “Terra de Ciudad Rodrigo” 2.4. Os Cistercienses e as Ordens Militares em Riba Côa 2.5. O Municipalismo na Extremadura Leonesa
3. VIVER EM CASTELO BOM 3.1. O Território e os Recursos Naturais 3.2. Os Agrupamentos Humanos e Sociais 3.2.1. Os “mouros” ou escravos 3.2.2. O necessário judeu 3.2.3. Pessoas “in mancipio” 3.3. Ter Casa e Morar 3.4. Ter Cavalo e Vizinhar 3.5. Os Bens e a Riqueza 3.5.1. A propriedade de raiz ou “herência” 3.5.2. Os bens móveis 3.6. As Economias 3.6.1. Os frutos agrícolas 3.6.2. As criações animais 3.6.3. Artífices e obras artesanais 3.6.4. A sacralização do mercado 3.7. Governação e Administração 3.7.1. O juiz 3.7.2. Os alcaldes de concelho 3.7.3. Os jurados e os “seis” 3.7.4. Os “alcaldes de Irmandade” 3.7.5. Os “junteiros” 3.8. A Organização Judicial 3.8.1. A tomada de penhor 3.8.2. Ir a fiel 3.8.3. Andadores executem 3.8.4. Dar “voz” ou representação 3.8.5. Fazer prova(s) 3.8.6. As instâncias da justiça 3.8.7. A gravidade dos delitos 3.8.8. A natureza dos delitos 3.8.9. Cumprir o estatuído e evitar a criminalidade
4. EM SÍNTESE
BIBLIOGRAFIA UTILIZADA 1. Fontes Impressas 2. Dicionários e Elucidários 3. Estudos Utilizados
Internet
GLOSSÁRIO
TRADUÇÃO DOS COSTUMES E FOROS DE CASTELO BOM
AUTOR:
JOÃO MARINHO DOS SANTOS tem desenvolvido produção científica principalmente nas áreas de História dos Descobrimentos e da Expansão Portuguesa e de História Local, como prova, além de numerosos artigos e capítulos de livros, a publicação de Os Açores nos Séculos XV e XVI, Ponta Delgada, 1990, 2 vols. (740 p.); Pobreza e Cultura no Concelho de Almeida, 2 vols., Maia, 1991 (421 p. + 24 fotos); Diogo do Couto: Tratado dos feitos de Vasco da Gama e seus filhos na Índia, em col., Lisboa, 1998 (206 p.); Estudos sobre os Descobrimentos e a Expansão Portuguesa, vol. I, Coimbra, 1998 (223 p.); A Guerra e as Guerras na Expansão Portuguesa (séculos XV e XVI), Lisboa, 1998 (371 p. + 42 grav.); Os Portugueses em Viagem pelo Mundo – Representações Quinhentistas de Cidades e Vilas, Lisboa, 1998 (362 p. + 80 grav.); Vasco da Gama – A Honra, o Proveito, a Fama e a Glória, em col., Porto, 1999 (323 p.); A Historiografia dos Descobrimentos através da correspondência entre alguns dos seus vultos: Joaquim de Carvalho, Joaquim Bensaúde, Duarte Leite e Fontoura da Costa, em col., Coimbra, 2004 (307 p.); Notícias e Memórias Paroquiais Setecentistas – Almeida, Viseu, 2005 (238 p.); O Concelho de Almeida – Esboço Histórico-Sociológico, Viseu, 2005 (295 p.); Santa Cruz do Cabo de Gué d’Agoa de Narba – Estudo e Crónica (edição em português e Árabe e em col.), Viseu, 2017 (317 p. – Prémio Gulbenkian 2008 da Academia Portuguesa de História); Sarzedas Vila Condal, Viseu, 2008 (221 p.); Notícias e Memórias Paroquiais Setecentistas – Castelo Branco, Viseu, 2008 (261 p.); Estudos sobre os Descobrimentos e a Expansão Portuguesa, vol. II, Coimbra, 2010 (220 p.); Sarzedas nos Forais de 1212 e 1512, Coimbra, 2012 (174 p.); Ceuta não foi conquista mas começo dela, Coimbra, 2017 (127 p.). É actualmente Professor Catedrático Jubilado da Universidade de Coimbra.
Detalhes:
Ano: 2018
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 282
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-384-2
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