Memórias de um Desertor

De Aljustrel a Bruxelas via Penamacor




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Sinopse:

A 1 de abril de 1965 sei que vou ser incorporado na Companhia Disciplinar de Penamacor. A PIDE não me prende na leva de 21 de janeiro e opta por me afastar de Lisboa e das Associações de Estudantes. Perco o adiamento do Serviço Militar, serei soldado raso com criminosos de delito comum, politicamente marcado e em quartel de regime muito duro. No tempo de um relâmpago tomo consciência de passar o Natal no exílio ou no primeiro dos seis anos de prisão no Forte de Elvas, conhecido pela tortura da barrilada. ¶ A 3 de maio de 1965 pelo meio-dia, entro no quartel da 1.ª Companhia Disciplinar acompanhado pelo padre Lobato, pároco de Aljustrel. Durante estes meses sou o soldado n.º 30/65 da 1.ª C. D. A 3 de setembro tenho licença de 10 dias. Às sete horas da manhã de 24 de setembro, sou desertor. Em 23 de setembro chego a Paris e completo com sucesso o salto para a Liberdade indissociável da deserção. A 26 chego a Bruxelas e começa o exílio. Em 1 de fevereiro de 1977 regresso a Portugal. ****************************************************** Esta obra de Sérgio Palma Brito é um singular testemunho de memória, importante. Um contributo para a história da nossa terra durante os anos da ditadura impressivo. Também um olhar curioso sobre a nossa imigração política e o exílio. Sempre na primeira pessoa do singular mas sem egocentrismo. Sobre um percurso pessoal rico. Que começa com a infância, e juventude, em Aljustrel. Onde desperta, como nos conta de forma saborosa, a sua consciência social, solidária. Raiz depois da sua militância política no PCP. Corajosa e audaz como não poderia deixar de ser durante esses anos de chumbo. (…) ¶ Incorporado pela PIDE na Companhia Disciplinar de Penamacor, de onde depois desertará, o relato memória de Sérgio Palma Brito coloca, para além do fascinante interesse de algumas histórias contadas, questões sobre as quais importa reflectir. E também sobre as quais faltam outros testemunhos reflexões. A ver, a colaboração entre militares e órgãos repressivos da ditadura nomeadamente a PIDE. E a questão da deserção de uma guerra colonial, estúpida, injusta, criminosa. A deserção que é então, faço questão de o sublinhar, um acto de grande coragem e audácia. Por maioria de razão de Penamacor. [JOÃO BARROSO SOARES]

Índice:

À guisa de despretensioso prefácio

Introdução

1. Aljustrel
1.1. Quando tudo começa
1.2. Casa de lavrador na rua principal de Aljustrel

2. Aljustrel e o Monte Novo
2.1. O Monte Novo nas minhas origens
2.2. Monte Novo na transformação da paisagem cultural do Alentejo

3. Formar opinião e agir na Aljustrel dos anos cinquenta/sessenta
3.1. Formar opinião
3.2. Agir
3.3. Aljustrel no formar opinião e agir

4. Aljustrel nos anos de Lisboa
4.1. Ano 1961/1962
4.2. Ano 1962/1963
4.3. Anos 1963/1964 e 1964/1965

5. “Vais para Penamacor” e Introdução a Penamacor
5.1. “Vais para Penamacor em Maio. Trata da tua vida”
5.2. Introdução à vida em Penamacor

6. Recruta, Especialidade e Secretaria
6.1. Introdução a fazer a tropa em Penamacor
6.2. Recruta e Juramento de Bandeira
6.3. Especialidade
6.4. Soldado pronto na Secretaria e encontros com o Comandante

7. Corrécios Políticos e os de Delito Comum e Militar
7.1. Relação entre corrécios políticos e de delito comum ou militar
7.2. Corrécios políticos
7.3. Corrécios de delito comum ou militar

8. Incidentes, ir à vida, deserções e prisões
8.1. Cartas em que esqueço as precauções no caso da PIDE as ler
8.2. O dia a dia que é a grande diferença de Penamacor

9. Desertor por motivos políticos e salto para a Liberdade
9.1. Desertor por motivos políticos
9.2. O salto – Aljustrel, Porto, Espanha, Pirenéus e França

10. Instrumento de repressão política e Valorizar a Memória
10.1. Companhia Disciplinar na repressão política pela PIDE
10.2. O quartel que conheço em 1965 e Valorizar a Memória

11. Exílio na emigração setembro de 1965 a dezembro de 1968
11.1. Vida nova a partir de quase zero
11.2. Começar a construir o futuro
11.3. Sobre o meu exílio

12. Secretariado Encontros Estudantes Portugueses no Estrangeiro
12.1. Primeiro encontro de estudantes portugueses no estrangeiro
12.2. Segundo encontro de estudantes portugueses no estrangeiro
12.3. Terceiro encontro, declínio e fim do Seepe

13. Exílio e estadia na sociedade belga – de 1969 a 1977
13.1. O estudante, de outubro de 1968 a setembro de 1970
13.2. Vida profissional – os três primeiros anos
13.3. Conselho de Administração da ULB (1974-1976)
13.4. Vida profissional – os três últimos anos e entrar no futuro

14. Regresso a Portugal – quando razão exclui e espírito empurra

Léxico ligado a Penamacor


* * * * *


O AUTOR:

SÉRGIO PALMA BRITO nasce em Aljustrel em 1944. Em 1961, adere ao Partido Comunista e é caloiro do IST. Eleito dirigente associativo na AEIST, é expulso do IST em 1964 e denunciado à PIDE. Incorporado na 1.ª Companhia Disciplinar em 1965, deserta e exila-se na Bélgica. Aí estuda e faz carreira a que renuncia para voltar a Portugal (1977). É gestor de empresas de turismo até ser Diretor Geral da Confederação de Turismo. Entre outros, é autor de Notas Sobre a Evolução do Viajar e Formação do Turismo, Território e Turismo no Algarve, Direção Geral do Turismo – Contributos para a sua história e Albufeira – Formação e futuro do turismo (a publicar em 2020).
É Comendador da Ordem do Mérito Agrícola, Comercial e Industrial (Classe de Mérito Comercial) e Medalha de Mérito Turístico (Grau Prata).

Detalhes:

Ano: 2020
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 284
Formato: 23x16
ISBN: 9789896899554
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