SINOPSE
Um livro folheado devagar. Vemos a mancha do texto, à medida que as páginas passam em frente dos nossos olhos, mas não é possível ler o que lá está escrito. Um reflexo de luz sobre o papel afoga as letras num lago brilhante que transborda quase até aos limites do écran da sala de cinema.
Existe algo como frustração narrativa estilística. Mas uma frustração sobre a qual se podem inscrever, ou unicamente projectar, pensamentos. Uma imagem parada no cinema é como uma súbita página em branco num livro, pronta a receber o arabesco transitório de um pensamento mal articulado ou volátil.
AUTOR:
SIMÃO DOS REIS, licenciado em Medicina pela Universidade de Lisboa e especialista em Patologia Clínica. Curso de Imagem da Escola Superior de Cinema. A par da carreira médica hospitalar em medicina laboratorial, que incluiu representação do país no Conselho da Europa e direcção editorial da revista ABO, dedicou-se a diversas actividades na área do cinema e do teatro. Foi co-argumentista e co-realizador do filme A Sétima Letra apresentado no Festival de Cinema de Locarno, e colaborou com Rosa Coutinho Cabral em diversos projectos fílmicos: Cães sem Coleira, Serenidade e Lavado em Lágrimas. Colaborou com Polina Klimovitskaia em espectáculos teatrais baseados em textos de Shakespeare e Tchekov. Fez um estágio de direcção de actores no The Common Basis Theater, em Nova Iorque, com Marcia Haufrecht. Produziu e encenou um texto de sua autoriaAs Salas Bonfatti, conto incluído na colectânea O Passado é uma Espécie de Futuro. Publicou outros contos, organizados em diferentes colectâneas: Ilhas Imateriais, Céu de Lisboa e Fadas, Reis Magos et cetera.
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