SINOPSE
A descolonização foi o nó górdio de Spínola que ele não soube desatar, nem cortar. Hoje é possível compreender a falha de Spínola enquanto político pós 25 de Abril.
Em 1961, com o início da guerra em Angola, Spínola entendeu que o destino do regime se jogava em África, por isso se ofereceu para comandar uma unidade nessa guerra e aí ganhar uma legitimidade que lhe assegurasse um lugar na História. Julgou tê-lo conseguido com o seu desempenho enquanto Governador e Comandante-chefe na Guiné. Julgou também que África e a descolonização eram o tema central das preocupações dos portugueses e os seus fiéis assessores ajudaram a criar e a manter essa convicção, mesmo após o 25 de Abril. Na realidade, a preocupação dos portugueses não era a posse das colónias, mas a guerra. A preocupação dos portugueses não era África, mas Portugal, a sua vida em Portugal.
[CARLOS DE MATOS GOMES]
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A publicação deste livro resultou da iniciativa de um grupo de amigos do falecido Carlos Santos Pereira que decidiu publicar a sua tese de mestrado em História Contemporânea, efetuada na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa (abril de 2001). O documento versa sobre a atuação do então brigadeiro António de Spínola na Guiné, como Governador e Comandante-chefe, até à publicação de Portugal e o Futuro (fevereiro de 1974). Faz todo o sentido publicar esta obra sobre um dos principais protagonistas dos acontecimentos que antecederam o 25 de abril no ano em que se comemoram os 50 anos desse acontecimento histórico.
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