ANTÓNIO RODRIGUES ANASTÁCIO, nasceu em 1944, em Alcanena, terra conhecida pela indústria de curtumes.
No seu horizonte tinha a beleza rude das serras de Aire e de Candeeiros. Como parte do maciço calcário, existiam ainda os Olhos de Água do Alviela, o maior fenómeno hidrocársico de Portugal.
Concluiu localmente o ensino primário e o primeiro ciclo de então, continuando os estudos em Lisboa. Mudança dura e difícil, para toda a vida, só entrecortada pelas visitas à família…
Em Lisboa cresceu, fez amizades e tudo o mais que era comum na adolescência. Acedeu a concertos, a teatro, e a cinema. Descobriu livros, temas e autores, com cuja existência nem sonhava, mas que fizeram dele um leitor compulsivo.
Ali se fez homem, conseguiu o primeiro e todos os demais empregos da vida, namorou, casou, concebeu os filhos. De Lisboa partiu, em 1968, para Angola e para a guerra. Uma experiência-limite, de mais de dois anos, a que a política do Estado Novo sujeitou a sua geração durante catorze anos.
De volta a Lisboa, retomou a actividade bancária.
Em 1973 sofreu a perda da sua, então, única filha, de apenas 4 anos.
Foi também em Lisboa que celebrou, na rua, o 25 de Abril, Dia da Liberdade.
Em 1983, na busca de mais espaço para a família, mudou-se para a Charneca de Caparica, em Almada, reencontrando, em parte, o modo de vida simples da sua terra, perdido ao mudar-se para Lisboa. A Charneca desses anos era um lugar mais humano, mais dado á convivência, com um espírito de vizinhança que sobrelevava a força do individualismo.
Nesta terra que adoptou e o adoptou, deu início em 1989 à sua actividade autárquica, como Presidente da Junta de Freguesia local. Experiência exigente e inesquecível, para quem, como ele, se dedicou totalmente à sua função.
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