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Sinopse:
Lição: não se trata tão-só de ocupar a Engrenagem. Incumbe-nos devorá-La. ¶ A missão da universidade deve estabelecer o seu próprio imperativo moral: desenvolver a inteligência ao serviço da integração e amadurecimento de todas as dimensões do ser humano. Para tal, o espaço imaterial da universidade deve, primeiro, abrir-se à compreensão da história da génese, evolução e transformação das ideias fundamentais e das instituições em que tais ideias se articulam no seio da comunidade no seu todo; em segundo lugar, deve aproveitar a capacidade contagiosa das ideias, que, só assim, existe a possibilidade das ideias e instituições se renovarem com a chegada de novas gerações de estudantes, investigadores, especialistas e criadores; por último, se bem que a seguinte afirmação possa chocar, a universidade, como espaço material da abundância imaterial, deve saber abolir-se. Não no sentido do seu desmantelamento físico, bem entendido, mas, sim, no sentido de criar uma cultura a todos os níveis nociva para a dogmatização das ideias – escolho sempre presente na comunidade humana, bem como nas instituições –, enjeitar o discurso triunfalista das instituições que favorece os cínicos e logra quem mais precisa de poder confiar na beleza da busca e na beleza maior da compreensão (a confiança que nasce da partilha intelectual e da exemplificação por parte do professorado de uma atitude pedagógica afim à sua missão de renovar um ecossistema mental produtor de ideias, práticas e novos horizontes de questionamento). A abolição significa, neste caso, aquilo que este autor designa como um processo de amorosa destruição.
Índice:
Introdução (escrita à sombra da Torre de Babel em cinco passos) Pedagogia Resistir Escrita Memória Missão Nota
CEM DIAS À SOMBRA DA TORRE DE BABEL Os cem posts (posts, reflexões ensaísticas, apontamentos, poesia) 1. Três encontros com a música: aspectos do nosso agon na Torre de Babel contemporânea 2. Em torno de um poema de António Gedeão. Elogio da inteligência permeável ao acontecer vertiginoso da vida. 3. Apontamentos em torno do cinema, do espectador e do ecrã: o destino do espectador face à obra fílmica 4. O cinema na Torre de Babel (1): As Horas [The Hours] (2002) de Stephen Daldry (n. 1960). “Em torno dos relógios sem ponteiros e do tempo interior: as horas discretas do ser n’As Horas” 5. Em torno de Neil Degrasse Tyson e uma lição de vida 6. Wangari Maathai, Prémio Nobel da Paz (2004): uma reflexão em dois momentos 7. O cinema na Torre de Babel (2). Ladrões de Bicicletas [Ladri di Biciclette] (1948) de Vittorio de Sica (1901 1974). Desventura e anonimato nas cidades da modernidade: em torno do filme Ladrões de bicicletas de Vittorio de Sica. 8. Em torno da criatividade na ciência. Em torno da criatividade, o trabalho científico e a importância de errar. Sydney Brenner e Jeremy Nathan 9. On matters of choice in the XXIst century 10. Em torno do processo transfigurador da criação artística: Vik Muniz. Do lixo (materialmente literal e sociologicamente metafórico) à abundância expressiva e reveladora da criação 11. Sob a redoma: a violência quotidiana da lógica institucional. Excerto de uma carta 12. Um amigo meu escreve a seguinte frase antes de partilhar comigo a transcrição do poema “How surely gravity’s law” [Com que sabedoria a lei da gravidade] do poeta Rainer Maria Rilke (1875 1926): “Gosto muito deste poema, a inteligibilidade da Natureza está aí”. Ao ler o poema, não resisto a comentar cada estrofe 13. Em torno de Kant 14. Ainda em torno do texto de Kant e do Decreto lei previamente abordados no post anterior 15. Uma reflexão intempestiva sobre os sonhos seguida de dois sonhos do autor. Em torno das narrativas off line e dos ecrãs interiores e exteriores. Um post teórico prático 16. Platão, o saber, eros, o tratar o universo por tu pelo pensar, o superar do medo e um pensamento fugaz 17. Vivendo na Torre de Babel. Entre o uno e o comum. Entre o monólogo e o diálogo. Entre a arrogância e a permeabilidade. Contra a transformação da Torre de Babel emergente nos novos ghettos civilizacionais à Huntington. O elogio de Babel e do babélico como património e destino comuns. A lucidez de Amartya Sen 18. “What is Education for” and what must it struggle against? 19. Na companhia do sociólogo Zygmunt Bauman 20. On memes, the university’s mission and the Garden of Eden. One teacher’s articles of faith 21. Um interlúdio musical na Torre de Babel do século XXI 22. Em torno do poema “Thirteen Ways of Looking at a Blackbird” de Wallace Stevens, ou, antes, the graphing of a shadow. A ciência do verso e o caso de uma aritmética diferente (13=entre a infinitude e o inquantificável) 23. Noam Chomsky em torno da educação. Chomsky contra as verdades fáceis 24. Os escravos e as novas torres (que não são as de Babel) 25. Um breve encontro com Bertrand Russell, que afirma: “If you’re certain, you’re certainly wrong.” 26. Glenn Gould: pianista, compositor, escritor, pedagogo 27. Uma hora com Noam Chomsky em torno da (nossa) contemporaneidade futura 28. Glenn Gould aborda o universo musical, a estrutura harmónica e a linguagem conceptual de Bach. A música, o ser, o cosmos e o destino da humanidade. Em torno do génio 29. Thoughts on thought and being. The nature of thoughtful being. On being lost and our way in the world. Variations on a theme by Antonin Artaud 30. O cinema na Torre de Babel (3): Uma outra mulher [Another Woman] (1988) de Woody Allen (n. 1935). O significado de fragmento e de totalidade n’Uma outra mulher: imagens de morte e transfiguração 31. Um matemático e um físico na encruzilhada da história da humanidade 32. A escrita: entre isto e aquilo 33. Um pensamento fugaz: em torno da lógica institucional 34. Thought, action, world and melody: a brief pedagogy of being 35. In praise of teachers (which means a fortiori also of students) and the creative principle of same, not same 36. Álvaro de Campos e o grande Hipnotizador. Em torno de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos e Alberto Caeiro: um Poeta uni plural ao serviço de um rebooting da consciência, para lá, e apesar, do nosso mapa cognitivo existente, traçado pela tradição, pelo hábito, pela inércia, pela ignorância, pela história, pela situação metafísica do ser humano, pela Escola que inculca formas de obsolescência cognitiva, pelos escolhos que confronta o ser ao constituir se em sujeito, pela irreflexão do indivíduo que se julga à partida uma totalidade (sem que esta seja fruto de uma ascese a exigir o desmascaramento dos dados imediatos da nossa identidade a fim de ela se desdobrar de acordo com a sua abundância identitária potencial, i.e., o ser como virtualidade expressiva e totalidade imaginada – afinal, o drama mor da condição humana –, que é, no caso de Pessoa, a totalidade heteronímica) 37. O cinema na Torre de Babel (4). A noite de iguana [The Night of the Iguana] (1964) de John Huston (1906 1987). A longa noite com pele de iguana: a vida humana como huis clos e ‘broken barriers’ 38. Outro pensamento fugaz: a diferença entre estar atento e ser fiel 39. Em torno da abundância imaterial, a questão de quem é o seu dono (apenas uns quantos ou todos?) e ainda a questão do uso desta abundância imaterial (para o quê e porquê). Em torno de Aaron Swartz, um génio da informática dotado de uma grande consciência ética e intelectual, alvo de perseguição litigiosa até à morte 40. Um pensamento fugaz: sobreviver, persistir, resistir 41. Em torno do acto e do estado de pensar: viagem e rumo da mente… e uma ciência do ser. Contra a manada ficação 42. Ainda em torno do acto e do estado de pensar, que é o humano modo de estar no mundo; um acto e um estado necessário e, em simultâneo, indispensavelmente intempestivo 43. Pensando em torno do pensar (que é como quem diz: serrando um pouco contra o grão da madeira) 44. Um diálogo muito breve 45. No cimo da Torre de Babel, há um telescópio apontado para o céu. A música do cosmos 46. O historiador Howard Zinn (1922 2010), autor de numerosas obras, repensa a história oficial (i.e., a que se ensina, a convencional, a não questionada, a dogmática) do seu país de origem (EUA), bem como reflecte sobre o estado do mundo dos séculos vinte e vinte e um. Eis uma mente “des hipnotizada” 47. Um docente e poeta inspirador: Clint Smith 48. Food for thought: Antonio Gramsci, “Against Pessimism” (1924): perante a história do seu tempo, o filósofo reflecte sobre a saída necessária de tal situação 49. O cinema na Torre de Babel (5). Em torno do filme documentário intitulado Lisboetas (2004) de Sérgio Tréfaut (n. 1965) que aborda o tema do imigrante no século vinte e um, i.e., um século que nos vai tornando a todos cada vez mais participantes num mundo a que alguns chamam de natureza “líquida”, i.e., que não se deixa solidificar numa realidade fixa, estática ou de longa duração. Ou seja, hoje em dia, somos todos imigrantes num sentido ou noutro, de uma forma ou de outra 50. Vários pensamentos fugazes: uma breve incursão cartesiana 51. Outro pensamento fugaz: escolher bem 177 52. Umas perguntas persistentes (i.e., nada fugazes) e um pensamento que fica 53. Hoje uma vespa 54. Uma breve reflexão elaborada ao ouvir música e organizar a minha próxima semana de trabalho. Em torno do que consideramos ser a natureza das ideias e do desejo no plano da consciência designada humana. Nós, seres humanos, i.e., essas estranhas criaturas a peregrinarem pelo cosmos… 55. Um pensamento fugaz: em torno dos caminhos que se bifurcam 56. Outro pensamento fugaz: como tratar o universo por tu? 57. Eis um exemplo (terrível) do vazio de comunicação que permeia as relações humanas na ordem social de tendência nitidamente autoritária, i.e., funcional mas destituída de mediação racional ao serviço do indivíduo como pessoa 58. Um pensamento fugaz: contra os vazios de comunicação 59. O realizador Ian Mackenzie: um “new paradigm storyteller” 60. Um pensamento fugaz: mudando de partitura 61. O cinema da Torre de Babel (6): À beira do abismo [The Big Sleep] (1946) de Howard Hawks (1896 1977). Film noir, graus zeros e desejo niilista em The Big Sleep 62. Um pensamento fugaz: corremos sempre o risco de ter o ser alugado e a casa roubada 63. Noam Chomsky em conversa com David Barsamian a 18 Março 2015 64. Nós, habitantes e construtores de múltiplas Torres de Babel: o obverso das máscaras. A alteridade que reside dentro do espelho 65. Breve elogio da Torre de Babel 66. Um pensamento fugaz: o docente está ao serviço dos alunos. Será este um pensamento revolucionário? 67. Em torno de Hans Jonas (1903 1993): quando as nossas histórias se esgotam 68. Um graffiti escrito num muro perto do rés do chão da mítica e, agora, também imaterial Torre de Babel 69. Entre o bem e o mal na Babel contemporânea: uma breve reflexão acompanhada por dois autores da contemporaneidade em amável epígrafe 70. O cinema na Torre de Babel (7). Em torno da Cidade de Deus (2002) de Fernando Meirelles (n. 1955): ou, A brevidade da vida e a longevidade da arte nas cidades dos homens 71. Thinking about the artist and his/her world (which is also our world) and in memory of Fernando Pessoa’s heteronym Alberto Caeiro 72. A Torre de Babel é, às vezes, um “empty space” 73. Em torno de uma nova arquitectura para as nossas Torres de Babel 74. Quando a Torre de Babel ameaça esmagar nos: um breve ráciocínio em quatro pontos 75. Dois vizinhos nossos, criticamente visionários, na Torre de Babel: 1) Noam Chomsky (n. 1928) perante a natureza das corporações/ empresas, a propaganda e a manipulação da opinião pública e 2) Hans Magnus Enzensberger (n. 1929) em torno da “industrialização da mente” 76. Elogio da metamorfose: cinco exemplos de metamorfose: segundo Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832), Franz Kafka (1883-1924), Alberto Caeiro, heterónimo (datas de nascimento e morte atribuídas: [1887 ou 1889 1915], da autoria de Fernando Pessoa (1888 1935), David Cronenberg (n. 1943) e a metamorfose incestóide segundo dois cientistas 77. Por debaixo da Torre de Babel 78. Quando os muros da Torre de Babel nos caem em cima… 79. Em torno da pedagogia: perigos e estádios de compreensão 80. Em torno dos intervalos na Torre de Babel contemporânea 81. O cinema na Torre de Babel (8). Em torno do filme O Ódio [La Haine] (1995) de Mathieu Kassovitz (n. 1967) 82. A verdade no mundo que já lá está e a palavra intempestiva dos poetas 83. Em torno da abundância e da penúria na Torre de Babel 84. Em torno da diferença entre o humano, o desumano e o inumano na Torre de Babel 85. A razão pela qual o aprendiz é mais importante do que o docente, bem como da Escola como instituição 86. Um pensamento fugaz: contra a palavra armada e a Escola inimiga 87. Breve reflexão em torno de um poema de Alberto Caeiro: um vizinho nosso na Torre de Babel. Escrever sob o impacte do “mestre”. Caeiro em teoria e na prática. 88. Meditação sobre o mal 89. Contando histórias na Torre de Babel. Algumas reflexões em torno do poder específico da narrativa em conversa com vizinhos na Torre de Babel 90. Um breve diálogo entre docente e alunos numa sub cave da Torre de Babel 91. Em torno da miséria pedagógica do século XXI 92. Às vezes o ser é um horizonte andante e a mente torna se então leve e transparente. Elogio da Torre de Babel portátil levada na algibeira do ser 93. An ode against confinement in response to an ode to concrete 94. A brief thesis against tyrants and thought thieves 95. Um colóquio fictício entre vários escritores em torno do humano, o desumano, o monstro, o inumano e o vindouro. Comunidade, identidade, memória, a técnica e a pólis na Torre de Babel. Um post teórico prático 96. Advice to an orphaned child 97. O cinema na Torre de Babel (9): As asas do desejo (1987) de Wim Wenders (n. 1945): Sobre a melancólica leveza dos anjos e as metamorfoses possíveis 98. Entre o mito e a técnica: a evolução para lá da Natureza. Um encadeamento de conceitos e terminologia em torno da Torre de Babel híbrida da modernidade, i.e., técnica e mito, epistemologia e “dramas of cognizance”, ciência e ficção científica. A ficção científica como terreno de questionamento no cruzamento da história das ideias e as aporias e ambiguidades do progresso 99. Sobre a gravidez do medo 100. Derradeiras palavras escritas desde o alto da Torre de Babel: em homenagem às micro utopias possíveis na Torre de Babel
Apêndice I Auto entrevista ao docente Christopher Damien Auretta
Apêndice II Alguns portais de interesse no âmbito do seminário em Pensamento Contemporâneo
Data de Publicação: DEZEMBRO DE 2015
O AUTOR:
Christopher Damien Auretta doutorou-se pela Universidade da Califórnia, Santa Bárbara, EUA. Lecciona na Universidade Nova de Lisboa onde organiza seminários em Pensamento Contemporâneo e na área de Ciência e Literatura, focando, sobretudo, exemplos da representação estética da modernidade técnico-científica. Tem publicado e/ou participado em colóquios debruçando-se sobre a obra de António Gedeão, Fernando Pessoa, Jorge de Sena, Machado de Assis, Primo Levi e Roald Hoffmann, bem como sobre questões relacionadas com a bioarte. Tem traduzido e publicado em inglês poesia de Fernando Pessoa e António Gedeão. ¶ Publicações recentes incluem Dez Anos in Portugal, Ensaios, Prosa, Poesia; Álvaro de Campos, Autobiografia de uma Odisseia Moderna; “Fernando Pessoa’s Mnemosyne Project: Myth, Heteronomy, and the Modern Genealogy of Meaning” (Universidade Católica Editora); António Gedeão, Poemas/Poems; Diário de Bordo, Aspectos do Pensamento Contemporâneo; Pequeno vade-mécum ad loca infecta: para docentes, estudantes e outros mártires (=testemunhas) da modernidade cansados mas ainda capazes de uma ténue esperança; Em torno do cinema, Visualizando a modernidade: narrativas e olhares do ecrã; Cem dias de solidão, Crónicas pedagógicas na Babel contemporânea e “David Cronenberg’s Mad Scientist in The Fly: Allegories of the ‘Lab’” (Presses Universitaires de Rennes). É autor de quatro volumes de poesia, dos quais três se encontram reunidos e publicados num volume intitulado A Small Atlas of Earth, In Recollection of Legacies and Patterns of Growth.
Detalhes:
Ano: 2016
Capa: capa mole
Tipo: Livro
N. páginas: 388
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-551-8
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