Em Memória dos Cidadãos Eleitos no Alto Alentejo – O processo eleitoral autárquico no distrito de Portalegre após a democratização (12-12-1976)

«Não é possível admitir que o The Nonpeople de Harrington tenha abrangido o desafiado eleitorado, que venha a ganhar exposição o que Havel chamou, num ensaio famoso, “o poder dos que não têm poder”, do qual um crítico dizia: ” O autor explicava que uma vida com verdade, a pregação da verdade deve fatalmente produzir os seus frutos, que ela não pode desaparecer, ser esquecida no meio onde a verdade foi proclamada.” Um dos inquietantes efeitos, já verificável em várias eleições, é o afastamento do eleitorado, cansado de verificar a frequência com que a realidade se afastou dos programas votados. O chamado populismo enriquece a presença em nova parcela do historicamente chamado Estado espetáculo.»
[Adriano Moreira (21/11/2020)] «A ideia de escrever, na língua de Camões, um livro sobre as primeiras eleições autárquicas no distrito de Portalegre emergiu desde o primeiro momento em que tive acesso ao espólio documental do Governo Civil do Distrito de Portalegre, há cerca de onze anos. Desde sempre assumi como preocupação a valorização da memória dos envolvidos no ato eleitoral, reconhecendo o seu importantíssimo legado para as gerações vindouras. Lamentavelmente, alguns ainda não prestaram tributo à grandiosidade destas personalidades, ou por ignorância, ou puro tacticismo político; assim, lesa-se a memória e degrada-se a identidade.»
[Sérgio Campos]