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Gramsci – Escritos Livres

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ANTONIO GRAMSCI é hoje um autor muito difundido e conhecido em todo o mundo. É o ensaísta italiano mais estudado a seguir a Machiavelli. A sua fama cresceu de forma exponencial nos cincos continentes. Igualmente, e sobretudo nalguns contextos geo-culturais, depois do fim do seu Partido, do Partido que ele tinha, com outros, fundado em 1921 – o Partito Comunista d’Italia (Pcd’I), chamado Partito Comunista Italiano (Pci) desde 1943 – e de- pois do fim da União Soviética, “o país dos Soviet” como a definia Gramsci, ou seja, depois da crise no país onde tinha iniciado a história do comunismo do século XX. Podemos dizer que a fama e o conhecimento de Gramsci ultrapassaram largamente o tempo das formações políticas (o PCI e a URSS, o país- -guia da Terceira Internacional, ou Internacional Comunista, ou Comintern) em cujo âmbito ele viveu a sua vida madura de homem político e de pensador.

As razões desta fama de Gramsci – estudada já há 3 décadas pela Unesco, tendo em conta a base de dados de todo o mundo, através de recensões de livros, ensaios e traduções de e sobre Gramsci em dezenas e dezenas de línguas – são múltiplas. Gramsci tornou-se, a partir dos anos 90, um autor de referência para correntes culturais e estudos especializados de vária ordem.

[Guido Liguori (docente de História do Pensamento Político Contemporâneo na Universidade della Calabria, presidente da International Gramsci Society Italia e redator chefe da revista Critica Marxista)]

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(…) O provinciano e frágil Gramsci, nos primeiros anos turineses, tem um desenvolvimento extraordinário: abre os seus horizontes, politiza-se, estuda e sobretudo começa a escrever. A sua colaboração com os jornais socialistas de então é intensíssima, duma fecundidade impressionante. Escreve sobre a cidade, sobre a cultura, sobre a Grande Guerra que se aproxima, sobre o socialismo, sobre o fascismo, sobre o enorme acontecimento da Revolução Russa, sobre os subalternos e a questão meridional.

São anos frenéticos para a Itália e para toda a Europa, de transformações, de tragédias humanas e sociais provocadas pela guerra, de grandes esperanças e dolorosas derrotas.
(…) A presente antologia tem justamente este intuito: explorar e dar a conhecer o complexo microuniverso do jovem Gramsci. Poliédrico, versátil, entusiasta, pleno de esperanças e de ideais como só um jovem, e um jovem genial como era o nosso autor, pode produzir. E, sobretudo, um universo livre, muito diferente do que será o seu desde a prisão.

[Rita Ciotta Neves]

RITA CIOTTA NEVES nasceu em Roma em 1949, onde se formou em Letras na Universidade La Sapienza, concluindo o doutoramento em História na Universidade Portucalense do Porto. Desde 1980 vive em Lisboa. Foi docente de Italiano na Universidade de Coimbra e, no âmbito do Programa Erasmus, nas Universidades de Perugia, Arezzo e Lecce. Em Lisboa foi professora de Italiano no Istituto Italiano di Cultura e de Semiótica e Teoria da Literatura na Universidade Lusófona.

Além de numerosos artigos, ensaios e traduções, publicou Italo Calvino – Lições de Modernidade (Edições Universitárias Lusófonas, 2007), Carolina Maria de Jesus – Uma Biografia nas Margens da Literatura (Edições Colibri, 2020) e Gramsci: a Cultura, os Subalternos e a Educação – 3.a Ed. (Edições Colibri, 2021).

Peso 0,300 kg
Dimensões (C x L x A) 1,5 × 16 × 23 cm

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