SINOPSE
É dessa força, dessa coragem de estar vivo e dizer Sol, um Sol largo e fecundo que a todos aqueça, que se faz este livro de Leandro Ceia, tal como Manuel Tiago/Álvaro Cunhal o fez em Até Amanhã, Camaradas, essa obra maior, esse épico da nossa trajetória colectiva ao longo do consulado de Salazar e do chefe de quina Marcelo Caetano. Dois livros que, a seu modo, registam, resgatando o histórico que lhes subjaz, ficcionando essa generosidade, essa dádiva, a grandeza humana de um extenso colectivo de homens e mulheres que não desistiram, que se ergueram dos charcos da submissão, sabendo que era possível outro país, que lutando se abririam estradas de futuro e de mudança: E o operário disse, Não!, como Vinícius de Moraes escreveu num poema famoso e exemplar.
A escrita de Leandro Ceia tem vindo a afirmar, em textos como O Inimigo Sorridente (1996), Conversa no Espaço Vitória (2014) e Os Trânsfugas (2009), uma posição ética e relutante, de compromisso com o real mas, igualmente, de denúncia das perversidades que inquinaram o processo democrático, logo após os dias febris e jubilosos de Abril.
[DOMINGOS LOBO, in Prefácio]
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