Intimidades Biológicas de Plantas, Animais e Fungos
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Os 33 textos foram redigidos com o intuito de levantar o véu sobre a face oculta, insuspeita para a maioria dos leitores, da vida das plantas, fungos e dos animais, incluindo do próprio Homem. Ao fazê-lo, tive a preocupação de acentuar dois aspetos. O primeiro é a interdependência das espécies, que assume, muitas vezes, o estatuto de simbiose obrigatória, consolidada ao longo de milénios de coevolução; dito de outro modo, a evolução das espécies é um processo comunitário, pois não há nenhuma que se possa vangloriar de ter evoluído e se ter diversificado por si própria, sem ser em conluio com outras. O segundo é o equilíbrio que subjaz às dinâmicas da herbivoria e da predação. Estas consubstanciam os fluxos de matéria e de energia inerentes à teia da vida, sem que, jamais, ponham em causa a sobrevivência de qualquer espécie. Transpondo para o senso comum, poderíamos invocar, a esse propósito, a sageza da natureza; que contrasta com irresponsabilidade que o Homem exibe desde que descobriu como fazer o fogo.
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Sabemos hoje que os fungos, associados às raízes das plantas, executam variadas funções. Tenhamos presente que o fungo é um organismo filamentoso e que as hifas, isto é, os seus filamentos, são 1000 vezes mais delgadas que as mais finas raízes. As hifas envolvem as extremidades das raízes, penetrando-as e expandem-se, depois, muito para lá do perímetro radicular, numa enorme cabeleira, capaz de ir buscar água muito longe, e mobilizar nutrientes presentes no solo ou na matéria orgânica em decomposição. Em troca, a planta fornece ao fungo moléculas carbonadas, designadamente a glucose que só ela é capaz de sintetizar, mas também a proteção contra outros fungos” (de “Os Pinheiros não viajam sozinhos”).
Jorge Araújo é biólogo, licenciado e doutorado pela Université Libre de Bruxelles, onde exerceu a docência e a investigação científica no domínio da ultra-estrutura celular.
Na Universidade de Évora, da qual foi Reitor e é, atualmente, Professor Catedrático Emérito, Jorge Araújo desenvolveu investigação em Entomologia aplicada à proteção da produção agrícola e florestal.
No âmbito da Cátedra de Biodiversidade “Rui Nabeiro” da Universidade de Évora, criou o Museu Virtual da Biodiversidade, do qual foi coordenador.
Jorge Araújo foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública.