18,00 €O preço original era: 18,00 €.16,20 €O preço atual é: 16,20 €.
… há territórios em Portugal que urgem o trato dos Grandes Historiadores: o triângulo espacial de Entre o Zêzere e o Tejo e a fronteira com o país vizinho é um deles.
Apesar de poder ocupar-se dos fenómenos repetíveis, as cheias, as secas, os sismos, o esgotamento de dados recursos, o trabalho essencial do historiador é a descoberta do homem ator no contexto do passado: o território em que vive e a respetiva administração, os recursos e a sua gestão, a concernente organização social, a esfera cultural e a doutrinária, os imaginários e o numinoso, numa palavra, a saga humana.
À interrogação do estado do espaço beirão em causa nos séculos XII-XIV, a doutora Maria da Graça Vicente responde com um formidável levantamento documental e diz-nos muito. O núcleo do trabalho […] mostra-nos um espaço a repovoar-se nos séculos em causa sob o sistema senhorial e confirma a ideia do movimento Norte/Sul da Reconquista no século XII […]. A organização territorial dependeu: da organização concelhia em que D. Sancho 1 enquadrou os recém-chegados; das Ordens Militares que auxiliaram a Reconquista; e da Sé Egitaniense, que representava o lastro antigo, visigótico e moçárabe […].
Fica, pois, adiante, […] um renovado espelho de um grande pedaço do mundo medieval beirão: como os homens se relacionavam com a terra e esta ditava as suas hierarquias de acordo à dimensão dos recursos explorados. A autora prestou uma particular atenção, nunca antes dada, à Ordem do Hospital, pois os seus territórios cortavam este espaço de leste para oeste, formando um enclave de considerável dimensão, trazendo à colação muita documentação original.
ANTÓNIO DOS SANTOS PEREIRA (do Prefácio)
* * *
A doação da Idanha e Monsanto, à Ordem do templo (1165), definiu um espaço imenso entre três rios, o Zêzere, o Tejo e o Erges, seguindo-se a criação do grande município da Covilhã, e outorga do respetivo Foral (1186) que alargava os territórios de Portugal nesta região. Seguiram-se duas outras doações que ampliaram, por vezes sobrepondo-se, o campo de acção da “jovem” monarquia portuguesa, nas duas margens do Tejo. Referimo-nos às doações das terras da Guidimtesta (1194) e da Herdade da Açafa (1199) que ajudaram a desenhar um núcleo capaz de ser caracterizado como de senhorial e municipal. Nele foram sendo inscritas as marcas evidentes da presença e esforço das gentes que, na sua apropriação e adaptação ao meio natural, lentamente o transformaram em paisagens humanizadas.
Maria da Graça Antunes Silvestre Vicente – Mestre e Doutorada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a que continua ligada através do Centro de História da Faculdade de Letras. Académica Correspondente da Academia Portuguesa da História; Membro da Sociedade Portuguesa de Estudos Medievais e do Centro de Investigação Professor Doutor Joaquim Veríssimo Serrão.
Tem-se dedicado ao estudo da História Regional e Local, bem como da Política, Economia e Sociedade. Autora de vários trabalhos individuais e colectivos sobre essas temáticas, de que resultou um conjunto de publicações – entradas de dicionários, artigos publicados em revistas nacionais e estrangeiras –, entre as quais se destaca: Covilhã -Medieval. O Espaço e as Gentes (Séculos XII a XV), Edições Colibri | Academia Portuguesa da História, 2012 (prémio Augusto Botelho da Costa Veiga, 2012).
Para fornecer as melhores experiências, usamos tecnologias como cookies para armazenar e/ou aceder a informações do dispositivo. Consentir com essas tecnologias nos permitirá processar dados, como comportamento de navegação ou IDs exclusivos neste site. Não consentir ou retirar o consentimento pode afetar negativamante certos recursos e funções.
Funcional
Sempre ativo
O armazenamento ou acesso técnico é estritamente necessário para o fim legítimo de permitir a utilização de um determinado serviço expressamente solicitado pelo assinante ou utilizador, ou para o fim exclusivo de efetuar a transmissão de uma comunicação numa rede de comunicações eletrónicas.
Preferências
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para o propósito legítimo de armazenamento de preferências não solicitadas pelo assinante ou utilizador.
Estatísticas
O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos.O armazenamento técnico ou acesso que é usado exclusivamente para fins estatísticos anónimos. Sem uma intimação, conformidade voluntária por parte do seu Fornecedor de Serviços de Internet ou registos adicionais de terceiros, as informações armazenadas ou recuperadas apenas para esse fim geralmente não podem ser usadas para identificá-lo.
Marketing
O armazenamento ou acesso técnico é necessário para criar perfis de utilizador para enviar publicidade ou para rastrear o utilizador num site ou em vários sites para fins de marketing semelhantes.